terça-feira, 25 de maio de 2010

Aprendizagem

O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DA TV




Uma das características da TV é a sedução, é a naturalidade com que ela fascina o telespectador, afetando o seu subconsciente, induzindo-o a fazer projeções de si mesmo de forma arbitrária e inconseqüente, ou seja, ela faz com que o indivíduo projete a sua imagem nos modelos bem vistos, apresentados pela TV. Um exemplo claro disso, são as propagandas de cigarros em que aparecem sempre figuras apresentáveis, bem sucedidas; isso faz com que a maioria das pessoas associem o cigarro ao sucesso, a uma imagem que dá um certo “status” social, ainda que no final dessas propagandas venha escrito ( com letras pequenininhas ) a advertência do Ministério da Saúde mostrando que o fumo é prejudicial.

A principal estratégia da TV é o jogo das palavras, seguidas de imagens que criam na mente do indivíduo um mundo fantástico onde só tem espaço para o grandioso.

O cerne do problema não está em oportunizar o acesso a um mundo imaginário, cheio de sonhos e sim, em jogar com o psíquico pela via das emoções, fragmentando a realidade, impedindo o indivíduo de transportar para o mundo real as fantasias criadas. Como isso é feito por meio das emoções, acaba impedindo-o de portar-se de forma mais reflexiva, uma vez que lhe é negado a participação ativa no processo comunicativo.

Não se pode falar em finalidades propagandistas sem mencionar o processo de transferência a que a TV expõe o telespectador, uma vez que as propostas mexem com o psicológico das pessoas, revelando-lhes um mundo de sedução e estereotipia.

Os produtos anunciados não se restringem a meros produtos, eles criam alma, sentimentos e poderes suficientes para persuadirem as pessoas a adquiri-los. As propagandas fazem uma espécie de lavagem nos telespectadores, introjetando em suas mentes “necessidades” várias para que desta forma consumam o que lhes é apresentado. Dois exemplos já antigos que podem corroborar com o que estamos nos referindo são as propagandas do Batom Garoto e da Bicicleta Caloi. No primeiro, a mensagem dizia: “ Compre batom, seu filho merece batom ! ”. Claro, que a ênfase que era dada não era a um chocolate de qualquer marca, mas da marca Garoto e isso era repetido várias vezes como se realmente fosse uma lavagem cerebral. Com isso, despertava nas crianças a vontade de experimentar o produto e sensibilizava os pais a comprá-lo, como forma de satisfazer uma pseudo-necessidade dos filhos.

O outro exemplo, o da bicicleta, consistia também em uma criança colocar o lembrete em todos os lugares possíveis onde seu pai pudesse ver as seguintes palavras: “ Não esqueça a minha Caloi ! ”. Inserida nessa propaganda está uma figura de linguagem denominada metonímia que consiste em colocar a marca em lugar do produto. Obviamente que os publicitários que criaram a propaganda o fizeram intencionalmente, pois objetivaram anunciar uma marca específica, uma vez que há várias marcas de bicicleta no mercado, mas o interesse se concentra em vender a marca Caloi, não qualquer marca.

Há um velho slogan que diz que “a propaganda é a alma do negócio”. Assim ocorre com o capitalismo e o interesse mercadológico, o produto adquire alma e penetra no imaginário das pessoas. Desta forma,

“procura-se conferir personalidade ao produto para que o consumidor adquira personalidade através do produto. Procura-se transformar o produto em um símbolo que permita identificar-se com um grupo social assumido como referência, ou sair de um grupo social para tomar como referência um grupo social de nível superior.” ( Ferrés, 1988, p. 206 ).

É a ideologia burguesa implícita na publicidade procurando elevar a cada dia a auto-estima das pessoas, fazendo com que elas associem o sucesso ao produto anunciado para que assim ele seja vendido. “Consomem-se símbolos mais do que produtos. Ou consomem-se produtos porque precisa-se de valores que eles simbolizam. E este simbolismo é, além de artificial, inconsciente e, muitas vezes, irracional.” ( idem )

As relações entre imagem e poder estão muito acentuadas na atualidade, bem mais que outrora. Hoje, através da televisão se projeta mundos, pessoas comuns, políticos; cria-se estrelas da noite para o dia. Como resultado dessa promoção tem-se a fama, a riqueza e com eles, o poder.

O discurso da TV é unidirecional e impositivo à medida que priva o telespectador o direito de opinar e de estabelecer uma comunicação efetiva; tal discurso não apenas reflete uma ideologia fascista, burguesa e neoliberal. mas legitima-a através das “informações” por ela veiculada.

O que nos inquieta é a repercussão desse predomínio da TV na vida do adolescente, tendo em vista que, pela sua imaturidade psicológica, acaba se deixando levar pelos abusos da mesma. Além disso, e o que é pior, é a imposição de valores a que a TV submete as pessoas; é a imposição dos modismos, é a perversão sexual, são os estereótipos em relação às mulheres ( as que seduzem, as submissas, etc. ). Em suma, são os conceitos que os adolescentes acabam fazendo de si mesmos e dos outros, influenciados pela cultura desse meio de comunicação.

Poderíamos citar apenas como exemplo o programa Malhação, o qual é exibido pela Rede Globo de segunda à sexta-feira, no final da tarde e tem uma temática voltada para adolescentes. Esse programa, mostra adolescentes bonitos, cheios de vida e de muita permissividade. Os valores veiculados por aqueles personagens conseguem alcançar muitos adolescentes, devido ao processo de identificação entre eles ( a fase que estão atravessando, faixa etária, namoros, relacionamento com os pais, paixões, sexualidade, enfim, toda a problemática de um adolescente ). Porém, tal programa exibe cenas de sexo ( as transas dos adolescentes ) que já se tornaram comuns no horário da tarde. São personagens que, no excesso de “modernidade”, aceitam que o seu namorado seja “socializado” com as amigas, contanto que ele saiba dividir o tempo para elas. Este é só um exemplo de como os padrões são lançados aos jovens sem nenhum critério, sem nenhum cuidado e o que é pior, eles acabam incorporando tais padrões sem perceber e achando tudo natural porque “na televisão todo mundo faz”. Ademais, a TV é um referencial para o público infanto-juvenil.

Ocorreu uma experiência com uma aluna nossa que nos revelou que estava traindo o seu namorado com outro rapazinho também da idade dela. Ela já havia incorporado os conceitos feministas da igualdade de direitos, só que, de forma deturpada, pois, afirmava ela, que, aos homens é dado o direito ( não sabemos qual a lei que instituiu isto ) de ter várias mulheres e que, portanto, ela queria também usufruir dos mesmos direitos, ou seja, o “direito” específico de ficar ao mesmo tempo com dois namorados. Acreditamos que, possivelmente, isso seja reflexo da televisão, das novelas que exibem cenas de sexo, de infidelidade, de violência, de degradação da família e falta de respeito, à medida em que estimula os telespectadores com as imagens de forma muito natural, como lhe é peculiar. Muito raramente uma adolescente fica grávida na televisão e se o fica, não enfrenta as dificuldades da vida normal; raramente adquire DST ou mesmo AIDS. Quando a televisão trata o assunto ( quando isso acontece ) é de forma muito fantasiosa.

Como exemplo claro da mascaração da realidade veiculada pela TV, podemos citar a personagem Capitú da novela “Laços de Família”, vivida por Giovanna Antoneli, a qual representava o papel de boa moça, bem aceita pelos amigos os quais encaravam suas atividades como sendo algo legal, como outras atividades quaisquer. O problema é que a televisão omite o lado ruim da realidade, as humilhações, os dissabores, as dificuldades. Ela fragmenta e descontextualiza a própria realidade. Convém salientar que não estamos querendo incitar ao preconceito contra as prostitutas, ( as quais têm a sua profissão reconhecida ) mas estamos querendo chamar a atenção em relação à forma como a televisão trata os problemas, como ela camufla a realidade, dando-lhe uma roupagem que lhe é conveniente, esquecendo-se das dimensões que pode atingir tal procedimento.

Faz-se necessário enfatizar — e é justamente o que estamos querendo neste capítulo, por isso, julgamos importante refletir sobre o poder persuasivo da TV, inicialmente — que os modelos criados pela televisão podem incitar os adolescentes a copiá-los, a incorporá-los, devido ao processo de associação ou transferência. Esses exemplos

“ se completam quando tudo o que a estrela e o personagem representam é transferido para a própria vida do espectador. É que é um novo processo de transferência, o que vai da associação da beleza física à beleza moral, de maneira que se acaba assumindo o que a estrela representa ética e ideologicamente a partir do que representa emocionalmente.” ( Ferrés, 1998, p. 125 ).

A televisão não perder de vista a sua função de propagar a cultura e, como meio de comunicação que é, não pode contribuir para a quebra da identidade cultural, dos elementos culturais. Ela não pode transformar os fatos sociais em produtos culturais.

Afinal, que cultura é esta? A televisão é ou não é um veículo de propagação de cultura ?

É preciso, portanto, repensar essa questão para que a televisão não seja um canal de deformação do comportamento juvenil, ao invés de servir-lhe de paradigma.

fonte:
http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/a-interferencia-da-televisao-na-aprendizagem-de-alunos-2472/artigo/

terça-feira, 11 de maio de 2010

WEBQUEST

Conheça as salas de recurso que funcionam de verdade para a inclusão

Alunos com deficiência precisam desenvolver habilidades para participar das aulas. Saiba como esse trabalho deve ser feito no contraturno

Os números do último Censo Escolar são o retrato claro de uma nova tendência: a Educação de alunos com deficiência se dá, agora, majoritariamente em classes regulares. Seis em cada dez alunos nessa condição estão matriculados em salas comuns - em 2001, esse índice era de apenas dois em cada dez estudantes. O aumento merece ser comemorado, mas que não esconde um grande desafio: como garantir que, além de frequentar as aulas, crianças e jovens aprendam de verdade?


A tarefa tem naquilo que os especialistas chamam de Atendimento Educacional Especializado (AEE) um importante aliado. Instituído pelo mesmo documento que em 2008 concebeu as diretrizes para a inclusão escolar, mas regulamentado apenas no fim do ano passado, o AEE ocorre no contraturno nas salas de recursos, ambientes adaptados para auxiliar indivíduos com uma ou mais deficiências (veja nas fotos que ilustram esta reportagem alguns dos principais equipamentos utilizados em três escolas da capital paulista: EE Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, EMEF João XXIII e EMEI Professor Benedicto Castrucci). Segundo o Censo Escolar, atualmente 27% dos alunos matriculados em classes comuns do ensino regular recebem esse apoio. Se a implantação das 15 mil novas salas prometidas para este ano de fato

ocorrer, o atendimento alcançará mais de 50% das matrículas - em números absolutos, cerca de 190 mil estudantes.

Trabalho não se confunde com atividades de reforço escolar


Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho não é clínico. É pedagógico. Nas salas de recursos, um professor (auxiliado quando necessário por cuidadores que amparam os que

possuem dificuldade de locomoção, por exemplo) prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o aprendizado nas aulas regulares. "Se for necessário atendimento médico, o procedimento é o mesmo que o adotado para qualquer um: encaminha-se para um profissional da saúde. Na sala, ele é atendido por um professor especializado, que está lá para ensinar", diz Rossana Ramos, especialista no tema da Universidade Federal de Pernambuco.


Os exemplos de aprendizagem são variados. Estudantes cegos aprendem o braile para a leitura, alunos surdos estudam o alfabeto em Libras para se beneficiar do intérprete em sala, crianças com deficiência intelectual utilizam jogos pedagógicos que complementam a aprendizagem, jovens com paralisia descobrem como usar uma prancheta de figuras com ações como "beber água" e "ir ao banheiro", apontando-as sempre que necessário. "Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com normalidade", diz Maria Teresa Mantoan, docente da faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil.


LEITURA NO TATO O trabalho com letras móveis em braile ajuda os alunos com deficiência visual na alfabetização


Também vale lembrar que o trabalho não é um reforço escolar, como ocorria em algumas escolas antes de a nova política afinar o público-alvo do AEE. "Era comum ver nas antigas salas de recursos alunos que apresentavam apenas dificuldade de aprendizado. Hoje, a lei determina que somente quem tem deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes", afirma Maria Teresa. Com o foco definido, o professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação dos alunos para a sala comum. Cada um

tem um plano pedagógico exclusivo, com as atividades que deve desenvolver e o tempo estimado que passará na sala.


Para elaborar esse planejamento, o profissional da sala de recursos apura com o titular da sala regular quais as necessidades de cada um. A partir daí (e por todo o período em que o aluno frequentar a sala de recursos), a comunicação entre os educadores deve ser constante. Se o docente da turma regular perceber que há pouca ou nenhuma evolução, cabe a ele informar o d

a sala de recursos, que deve modificar o plano. Outra atitude importante é transmitir o conteúdo das aulas da sala regular à de recursos com antecedência. "Se a turma for aprender operações matemáticas, é preciso preparar o aluno com deficiência visual para entender sinais especiais do braile", exemplifica Anilda de Fátima Piva, professora de uma sala de recursos na EMEF João XXIII, em São Paulo.

HORA DE CONTAR Alunos com deficiência intelectual estudam numeração associando placas
a faces do dado



Respostas para 7 dúvidas sobre o uso da chupeta por crianças

Chega de dúvidas sobre chupeta, que tira o sono dos adultos e ao mesmo tempo acalma tanto as crianças.




Quando o bebê nasce, os pais passam a se questionar sobre os benefícios e os malefícios de oferecer a chupeta a ele. Alguns temem causar depedência, outros pensam em possíveis problemas na dentição e na fala. Na creche, o panorama enfrentado pelos educadores não é diferente. Há muita dúvida e, por causa de tanta indecisão, esse objeto pode acabar ocupando o espaço que não merece, ser proibido radicalmente ou, pior ainda, ficar marcado como um elemento estranho ao ambiente, provocando certa inquietação, que ninguém se arrisca a resolver. Um cenário insustentável, ainda mais porque envolve dois aspectos importantíssimos da Educação Infantil: cuidados com os pequenos e a promoção da autonomia. Confira a seguir as recomendações de especialistas para as dúvidas mais comuns.

1. Para que serve a chupeta?
Ela é uma fonte de relaxamento para os bebês (não é à toa que um dos sinônimos é consolador e o termo em inglês é pacifier, que significa "pacificador"). Segundo explicação do pediatra José Martins Filho no livro Lidando com Crianças, Conversando com os Pais, ela possibilita o movimento de sucção, um bom exercício para o desenvolvimento infantil, pois articula os músculos necessários à fala.

2. Seu uso pode ser permitido na creche?
Sim. "É errado os educadores proibirem que os pequenos chupem chupeta. Não há motivo para isso", explica Maria Paula Zurawski, professora do Instituto de Educação Superior Vera Cruz (ISE Vera Cruz) e assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O objeto desempenha um papel importante na adaptação dos pequenos quando eles começam a frequentar a creche porque é útil para preencher a falta dos pais, funcionando como uma lembrança do ambiente de casa enquanto o vínculo com o educador e com as outras crianças não for estabelecido plenamente.

3. Na hora de dormir, ela pode ser permitida?
Sim, a chupeta ajuda a embalar o descanso dos bebês. Apesar disso, existem outros momentos em que ela não deve ser liberada: durante as atividades e as refeições, já que, além de atrapalhar o desenvolvimento da dicção, pode estimular o comportamento introspectivo, prejudicando a socialização.

4. É papel do educador ajudar as crianças a largar a chupeta?
Sim, mas não há um método para isso. A função do professor é promover a autonomia delas - o abandono do objeto é uma consequência. Cabe ao adulto ainda desenvolver uma relação de confiança com os pequenos para que eles se sintam cada vez mais seguros na creche. Por isso, é importante ter em mente que chupar chupeta é um hábito que deve ser tolerado, mas não incentivado. Para explorar a responsabilidade e a independência de cada um, proponha que, quando forem vetadas, elas sejam guardadas em potes individuais, junto aos demais materiais de uso pessoal. Um alerta: não perca tempo explicando para as crianças os problemas que ela pode acarretar, como dificultar a fala e atrapalhar o crescimento da dentição, na tentativa de fazer com que a larguem. "Até os 3 anos, a relação entre causa e consequência ainda não é bem compreendida", explica Cisele Ortiz, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

5. Até que idade os pequenos podem usar a chupeta?
Não existe um limite fixo. O bom senso deve prevalecer, afinal, ela é um material de apego, tal como um cobertor ou um brinquedo qualquer que os pequenos costumam adotar para ter por perto durante um tempo. Com um bom trabalho de promoção de autonomia, feito pelos educadores em parceria com a família, é possível ajudá-los a chegar à pré-escola livres dela (leia o plano de trabalho). "Eles gostam de mostrar aos adultos que estão crescendo e, por isso, acabam abandonando a chupeta facilmente quando incentivados", esclarece Adriana Ortigosa, coordenadora da EM Noel Rosa, em Guarulhos, na grande São Paulo.

6. Quais os efeitos positivos e negativos do objeto?
"Ele é danoso se der origem a uma relação de dependência duradoura", fala Ana Paula Yazbek, formadora de professores do Centro de Estudos da Escola da Vila, em São Paulo. Por isso, quando a choradeira tomar conta do ambiente, contenha o ímpeto de silenciar a turma oferecendo a chupeta: busque o que está causando o desconforto. "Conversar em vez de dá-la é uma forma de não comprometer o desenvolvimento da capacidade nos pequenos de expressar sentimentos oralmente", diz Maria Paula.

7. O uso deve ser combinado com a família?
Sempre. Se os pais insistirem para que o filho não use a chupeta na creche, explique que se trata de um apego passageiro, porém muito valioso para ele. "Deixe claro que o objeto não prejudica o aprendizado dele em nada. Mas, se ainda assim eles não concordarem com a liberação, diga que é importante permitirem que a criança tenha outro objeto de apego caso ela demonstre essa necessidade.


WEB QUEST


Definição

Webquest é uma atividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de informações que, dia a dia, cresce na Web.

O conceito de webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da universidade estadual da Califórnia, EUA, como proposta metodológica para usar a Internet de forma criativa.

Dodge a define assim:

"Webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da Internet."

Descrição geral

Em geral, uma webquest é elaborada pelo professor, para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos.

A webquest sempre parte de um tema (o Egito Antigo, por exemplo) e propõe uma Tarefa, que envolve consultar fontes de informação especialmente selecionadas pelo professor.

Essas fontes (também chamadas de recursos) podem ser livros, vídeos, e mesmo pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas na Web.

É comum que a Tarefa exija dos alunos a representação de papéis (faraó, arquiteto, escravo), para promover o contraste de pontos de vista ou a união de esforços em torno de um objetivo.

Tipos

Bernie Dodge divide a webquest em dois tipos, ligados à duração do projeto e à dimensão de aprendizagem envolvida:

Webquest curta - leva de uma a três aulas para ser explorada pelos alunos e tem como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos.

Webquest longa - leva de uma semana a um mês para ser explorada pelos alunos, em sala de aula, e tem como objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos.


Como regra geral, uma webquest é constituída de sete seções:

  1. Introdução
  2. Tarefa
  3. Processo
  4. Fontes de informação
  5. Avaliação
  6. Conclusão
  7. Créditos

Introdução

A Introdução é um texto curto, que apresenta o tema e antecipa para os alunos que atividades eles terão de realizar.

Se a WQ tem um cenário ou pede representação de papéis ("Você é um detetive tentando descobrir um poeta misterioso"), isso deve ser mencionado na Introdução.

Tarefa

A Tarefa descreve que “produto” se espera dos alunos ao final da webquest e que ferramentas devem ser utilizadas para elaborá-lo (um determinado software, por exemplo).

Exemplos de Tarefas:

  • resolver um problema;
  • solucionar um mistério;
  • formular e defender uma opinião;
  • analisar uma problemática;
  • colocar em palavras uma descoberta pessoal;
  • elaborar um resumo;
  • inventar uma mensagem persuasiva;
  • redigir um relato jornalístico, ou
  • qualquer coisa que exija dos aprendizes processar e transformar as informações coletadas.

Processo

O Processo deve apresentar os passos que os alunos terão de percorrer para desenvolver a Tarefa. Quanto mais detalhado for o processo, melhor.

Exemplo:

  1. Primeiro, formem grupos de três alunos.
  2. Em seguida, decidam o papel que cada um vai representar.
  3. ...e assim por diante.

Na seção Processo, também cabe sugerir de que forma os alunos deverão organizar as informações que serão reunidas: usando fluxogramas, mapas mentais, checklists etc.

Fontes de informação

As fontes de informação (também chamadas de recursos) são os sites e páginas Web que o professor escolhe e que devem ser consultados pelos alunos para realizar a Tarefa.

As fontes de informação costumam ser parte integrante da seção Processo, mas também podem constituir uma seção separada.

Avaliação

Na seção Avaliação, o aluno deve ser informado sobre como o seu desempenho será avaliado e em que casos a verificação será individual ou coletiva.

O gabarito de avaliação abaixo pode ser usado pelo professor para montar essa seção. O que aparece na tabela são instruções do que o professor deve escrever em cada coluna:



Etapas Nível Iniciante
1 ponto
Nível Aprendiz
2 pontos
Nível Profissional
3 pontos
Nível Mestre
4 pontos
Pontos

1ª etapa

Escreva aqui o objetivo ou desempenho esperado

Dê uma descrição que reflita um nível iniciante de desempenho.

(Exemplo: Pouco interesse; pouca participação nas discussões)

Dê uma descrição que reflita uma certa desenvoltura e movimento em direção ao domínio do desempenho.

(Exemplo: Interesse superficial; alguma participação nas discussões)

Dê uma descrição que reflita o domínio do desempenho.

(Exemplo: Bom nível de interesse; boa participação nas discussões.)

Dê uma descrição que reflita o nível mais alto de desempenho.

(Exemplo: Profundo interesse; excelente participação nas discussões.)


...






Conclusão

A Conclusão deve resumir, em poucas frases, os assuntos explorados na webquest e os objetivos supostamente atingidos.

A conclusão é também o espaço para incentivar o aluno a continuar refletindo sobre o assunto, através de questões retóricas e links adicionais.

Créditos

A seção de Créditos deve apresentar as fontes de todos os materiais utilizados na webquest: imagens, músicas, textos, livros, sites, páginas Web.

Se as fontes são sites ou páginas Web, colocam-se os links. Quando os materiais são físicos, colocam-se as referências bibliográficas.

Créditos é também o espaço dos agradecimentos a pessoas ou instituições que de algum modo tenham colaborado na elaboração da webquest.

Objetivos educacionais

A metodologia webquest pode ajudar o educador a alcançar objetivos educacionais importantes:

Modernizar modos de fazer educação

As WQs fornecem orientações bastante concretas para tornar possível e efetivo o uso da Internet. E isso, na forma e na essência, é uma maneira de praticar uma educação sintonizada com nosso tempo.

Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas

Conteúdos publicados na Internet, sobretudo os produzidos profissionalmente, refletem saberes e informações recentes. Além disso, são produtos autênticos que fazem parte do dia-a-dia das pessoas.

Promover aprendizagem cooperativa

As WQs estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos. Aprendizagens significativas são resultados de atos de cooperação.

Desenvolver habilidades cognitivas

O modo de organizar Tarefa e Processo numa webquest pode oferecer oportunidades concretas para o desenvolvimento de habilidades do conhecer que favorecem o aprender a aprender.

Transformar informações ativamente (em vez de apenas reproduzi-las)

Na educação tradicional, parece que a preocupação central é armazenar e reproduzir "matéria". Na perspectiva sugerida por Dodge, o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, problema ou meta significativa.

Incentivar a criatividade

Se bem concebida, a Tarefa planejada para uma webquest engaja os alunos em investigações que favorecem criatividade.

Favorecer o trabalho de autoria dos professores

Webquests devem ser produzidas por professores, não por especialistas ou técnicos. A ídéia é oferecer oportunidades concretas para que os professores se vejam como autores de sua obra e atuem como tal.

Favorecer o compartilhar de saberes pedagógicos

Concebidas como publicações típicas do espaço Web (abertas, de acesso livre, gratuitas etc.), as webquests são uma forma interessante de cooperação e intercâmbio docente.

Origem

Bernie Dodge, o criador do conceito de webquest, é norte-americano, professor de Tecnologia Educacional da San Diego State University, Califórnia, EUA, desde 1980.

No desenvolvimento do modelo webquest, Dodge teve o apoio de Tom March, a quem costuma ser atribuída a autoria de algumas das melhores webquests.

The Webquest Page é o site do Professor Dodge sobre o assunto, referência fundamental da metodologia webquest.

Dodge vem utilizando ferramentas online há mais de 20 anos, para fomentar a troca de experiências entre educadores. Desenvolveu diversos softwares que estão no mercado, incluindo o PLANalyst, que auxilia na criação de planos de aula.

Um outro projeto seu é o Irrawaddy, um ambiente de escrita que capacita crianças (e estudantes de pós-graduação) a criar histórias interativas e simulações na Web.

Seu relacionamento profissional com o Senac de São Paulo tem uma história de mais de quinze anos. Dodge veio ao Brasil diversas vezes para ministrar workshops e palestras sobre diversos assuntos, inclusive webquest.

O Professor Dodge gosta muito de receber comentários e contribuições sobre webquest e por isso coloca seu e-mail à disposição: bdodge@mail.sdsu.edu



Fonte: http://webquest.sp.senac.br/textos/oque

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tudo sobre Alfabetização


Garantir que as crianças efetivamente aprendam a ler e escrever assim que entram na escola é o seu grande desafio, professor alfabetizador. (...)Boa leitura e ótimas aulas!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quantidade de alunos em sala de aula

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou proposta que limita o número de alunos por professor nas salas do ensino infantil, básico e fundamenta.

O projeto estabelece que turmas do ensino médio e dos quatro anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) não ultrapassem os 35 alunos.

Já turmas dos primeiros cinco anos do fundamental serão limitadas a 25 estudantes.

Aprovada em caráter terminativo na comissão, a proposta vai agora para o Senado. O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases, que não estabelece limite de alunos.

Para creches e pré-escola, os novos parâmetros variam por faixaetária: cinco crianças de até 1 ano por professor; oito de 1 a 2 anos; 13 de2 a 3 anos; e 15 de 3 a 4 anos. Para crianças de 4 a 5 anos, o limite é de25 alunos por adulto. As mudanças valeriam para o ensino público e o privado.

A proposta foi redigida na Comissão de Educação da Câmara pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), com base em projetos de Jorginho Maluly (DEM-SP) e Leonardo Quintão (PMDB-MG). Eles dizem que a limitação de alunos por professor acabaria com a superlotação e garantiria mais qualidade de ensino.O MEC não comentou a proposta. Nos bastidores, especialistas da pasta dizem que ela é inconstitucional, por gerar novas despesas sem apontar fonte de custeio para a contratação de mais professores, entre outras medidas necessárias.

http://noticiasdepedagogia.blogspot.com/